O mantra “Nam Myoho Renge Kyo”, também conhecido como Daimoku, foi revelado por um monge japonês chamado Nichiren Daishonin no século XIII. Ele dedicou sua vida ao estudo do Sutra de Lótus – o ensinamento supremo deixado por Buda Shakyamuni, mais conhecido como Siddhartha Gautama. Nichiren Daishonin acreditava que a recitação deste mantra era a chave para qualquer pessoa alcançar a iluminação, não apenas os monges. Neste post, vamos explorar a belíssima filosofia de vida desta vertente do budismo japonês, que prega a paz e a solidariedade e continua transformando a vida de milhares de pessoas até os dias de hoje.
Antes de mergulharmos na filosofia do budismo japonês de Nichiren Daishonin, é importante esclarecer uma dúvida muito comum:
O que significa Buda?
Ao contrário do que muitos pensam, “Buda” não é um nome nem uma pessoa específica, mas um título que significa “O Iluminado” ou “Aquele que Despertou”. No budismo, um Buda é alguém que alcançou um estado de iluminação plena, libertando-se do ciclo de sofrimento e renascimento (samsara), compreendendo e transcendendo o karma — as ações e suas consequências acumuladas ao longo das vidas.
O Primeiro Buda e a origem do Budismo
O primeiro Buda da nossa era é Siddhartha Gautama, também conhecido como Buda Shakyamuni. Ele é o fundador do Budismo e a figura central dessa tradição. Siddhartha Gautama nasceu por volta do século VI a.C., na região que hoje corresponde ao Nepal. Após anos de busca espiritual e prática de meditação profunda, ele atingiu a iluminação aos 35 anos, enquanto meditava sob a Árvore Bodhi. A partir desse momento, ele se tornou conhecido como o Buda, ou “O Iluminado” – aquele que despertou para a verdade da vida e do universo.
Após a iluminação de Buda Shakyamuni, o Budismo cresceu e se espalhou por mais de 100 países. Ao longo dos séculos, a tradição evoluiu em diversas culturas, dando origem a diferentes escolas e práticas. Atualmente, o Budismo se organiza em três principais tradições: o Theravada, o Mahayana e o Vajrayana, cada uma com suas próprias interpretações e ensinamentos.
O Budismo Japonês faz parte da tradição Mahayana, que prega a compaixão e a busca da iluminação não apenas para si, mas para todos os seres. Dentro do Budismo Japonês, surgiram diversas escolas, mas as principais são: o Zen, a Terra Pura e o Budismo de Nichiren Daishonin, a vertente que estamos explorando neste post.

Dica: Se você quer saber mais sobre Siddhartha Gautama, vale a pena assistir ao filme “O Pequeno Buda”. Lançado em 1993 e dirigido por Bernardo Bertolucci, o filme é estrelado por Keanu Reeves e apresenta, de forma belíssima, a jornada de Gautama em busca da iluminação.
O Sutra de Lótus
Após alcançar a iluminação, Siddhartha Gautama passou a transmitir seus ensinamentos oralmente a seus discípulos, compartilhando o caminho para superar o sofrimento e atingir a compreensão profunda da vida. Durante séculos, esses ensinamentos foram preservados e passados de geração em geração, mantendo viva a essência da sabedoria budista por meio da tradição oral.
Por volta do século I a.C., esses ensinamentos foram finalmente compilados e registrados em sânscrito, dando origem ao sagrado Sutra de Lótus. Este texto, também conhecido como o “Rei dos Sutras“, é considerado um dos mais importantes do Budismo, pois contém a essência dos ensinamentos de Buda.
O Sutra de Lotus é dividido em 28 capítulos, organizados em duas partes principais: os primeiros 14 capítulos são chamados de Shakumon (“ensinos provisórios”), que preparam o caminho, e os 14 capítulos finais são conhecidos como Honmon (“ensinos verdadeiros”), onde Buda revela a natureza universal da iluminação, destacando que todos podem alcançar esse estado, independentemente de sua condição.
Foi justamente essa mensagem de igualdade e o potencial para a iluminação que, no século XIII, inspirou o monge japonês Nichiren Daishonin. Ele identificou a essência do Sutra de Lótus no mantra “Nam Myoho Renge Kyo”. Para Nichiren, esse mantra sintetizava o espírito dos ensinamentos do sutra, tornando-os acessíveis a todas as pessoas. Ele acreditava que a recitação de “Nam Myoho Renge Kyo” era a chave para despertar a natureza de Buda presente em cada indivíduo, permitindo que qualquer pessoa alcançasse a iluminação. Assim, ele estabeleceu essa prática como o núcleo de sua vertente, conhecida hoje como Budismo de Nichiren Daishonin.
E por que Sutra de Lótus?
O Sutra de Lótus é assim chamado porque a flor de lótus simboliza a pureza e a capacidade de florescer em meio ao lamaçal, representando a ideia de que todos os seres, independentemente de suas circunstâncias, têm o potencial de alcançar a iluminação. No budismo, a flor de lótus também simboliza a natureza de Buda que existe em todas as pessoas. O sutra utiliza essa metáfora para ilustrar os ensinamentos de compaixão, sabedoria e a possibilidade universal de despertar a natureza búdica.

O que significa Nam Myoho Renge kyo?
“Nam Myoho Renge Kyo” é um mantra que não possui uma tradução direta para o português, pois é composto por termos em sânscrito e japonês que carregam significados profundos no contexto do Budismo de Nichiren. No entanto, é possível explicar o significado de cada parte do mantra em português:
- Nam: Deriva do sânscrito “Namu” e significa “dedicar-se” ou “entregar-se”.
- Myoho: Significa “Lei Mística”. “Myo” representa o místico, o indefinível, e “Ho” significa “Lei” ou “Dharma”.
- Renge: Significa “flor de lótus”, simbolizando a pureza e o princípio de causa e efeito. A flor de lótus floresce e produz sementes simultaneamente, representando a conexão entre as ações e seus resultados.
- Kyo: Refere-se aos ensinamentos ou à voz de Buda, simbolizando a eternidade do Dharma.
Portanto, uma interpretação em português do mantra poderia ser explicada como: “Eu me dedico à Lei Mística da Flor de Lótus e aos ensinamentos de Buda.”
Mesmo assim, a recitação em português não é recomendada. “Nam Myoho Renge Kyo” é recitado em seu idioma original para preservar sua essência e poder espiritual. A vibração sonora dessas palavras, ao serem recitadas, tem um impacto direto na mente e no espírito, elevando a consciência e alinhando o praticante com a Lei Mística do universo. Dessa forma, o som e a vibração do mantra são tão importantes quanto seu significado.
Quem foi Nichiren Daishonin?
Nichiren Daishonin nasceu em 16 de fevereiro de 1222 na província de Awa (atual Chiba), no Japão. Ele veio de uma família de pescadores, uma classe socialmente desprezada na época.
Aos 12 anos, Nichiren ingressou no templo Seicho-ji para estudar o budismo e outras matérias. Ele buscava respostas para o sofrimento humano e orava para se tornar a pessoa mais sábia do Japão. Desde cedo, demonstrou um desejo profundo de compreender a verdadeira natureza da vida e a causa do sofrimento das pessoas.
Durante seus estudos, ele examinou os diversos ensinamentos budistas da época e notou muitas contradições. Observando o sofrimento do povo e a instabilidade do Japão feudal, ele se propôs a encontrar o verdadeiro caminho para a iluminação. Depois de anos de intensa pesquisa e contemplação, Nichiren concluiu que o Sutra de Lótus continha a essência dos ensinamentos de Buda. Esta descoberta o inspirou a recitar pela primeira vez o mantra “Nam Myoho Renge Kyo”, em 28 de abril de 1253.
Com a prática da recitação do mantra “Nam Myoho Renge Kyo”, Nichiren começou a pregar que este era o caminho direto para superar o sofrimento e alcançar a iluminação. Ele também introduziu o conceito dos Dez Estados ou Dez Mundos, explicando que todas as pessoas possuem, em potencial, condições de vida que vão desde os estados mais baixos, como Inferno e Fome, até o estado mais elevado, o estado de Buda. Nichiren ensinou que, ao recitar “Nam Myoho Renge Kyo,” os praticantes poderiam transformar suas condições negativas em positivas e manifestar o estado de Buda, revelando assim sua natureza iluminada em cada momento da vida.
Essa visão diferenciada do budismo e sua postura crítica às escolas budistas da época, que ele considerava como ensinamentos provisórios que não levavam à verdadeira iluminação, levaram Nichiren Daishonin a enfrentar uma série de perseguições, tanto das autoridades religiosas quanto do governo, que temiam o impacto de suas ideias. Ao longo de sua vida, ele foi preso, exilado duas vezes e sobreviveu a várias tentativas de execução. Mesmo diante dessas dificuldades, Nichiren permaneceu firme em sua missão de propagar os ensinamentos do Sutra de Lótus.
Em 1279, Nichiren Daishonin inscreveu o Gohonzon, tornando-o o principal objeto de devoção em sua prática. O Gohonzon é uma representação visual dos ensinamentos do Sutra de Lótus e do mantra “Nam Myoho Renge Kyo.” Nele, Nichiren inscreveu caracteres que simbolizam deidades, forças da natureza e conceitos budistas, expressando a Lei Mística do universo. Mais do que simples símbolos, o Gohonzon reflete a crença de que todos têm o potencial para a iluminação. Os praticantes recitam “Nam Myoho Renge Kyo” diante do Gohonzon para manifestar essa natureza de Buda em suas vidas e transformar seu sofrimento em fonte de crescimento e sabedoria.
Nichiren passou os últimos anos de sua vida no Monte Minobu. Ele enfatizou a importância da prática contínua e da propagação do “Nam Myoho Renge Kyo” para a paz e a felicidade de toda a humanidade. Nichiren faleceu pacificamente em 13 de outubro de 1282, aos 60 anos.
Mais de seis séculos depois, em 1930, seus ensinamentos foram revividos e amplamente propagados pela Soka Gakkai, uma organização fundada no Japão com o objetivo de promover a prática do Budismo de Nichiren. A Soka Gakkai Internacional (SGI), liderada por Daisaku Ikeda, difundiu a filosofia de Nichiren globalmente. A SGI prega a paz, a educação e a cultura, destacando a prática do “Nam Myoho Renge Kyo” e a devoção ao Gohonzon como meios para que qualquer pessoa transforme sua vida e alcance a iluminação. Atualmente, a SGI possui cerca de 12 milhões de membros em mais de 192 países e territórios, incluindo Brasil e Portugal, mantendo vivo o legado de Nichiren Daishonin.

O Gohonzon
No Budismo de Nichiren Daishonin, o Gohonzon é um objeto sagrado entregue aos praticantes por meio de uma cerimônia especial de consagração. Esta cerimônia ocorre após a pessoa decidir se tornar membro da religião, simbolizando seu compromisso com a prática budista.
A prática central envolve recitar o mantra “Nam Myoho Renge Kyo” diante do Gohonzon, com a intenção de despertar a natureza de Buda presente em cada indivíduo. Os praticantes acreditam que esse ritual possibilita transformar o sofrimento em uma fonte de crescimento, promovendo mudanças positivas em suas vidas. Para os seguidores do Budismo de Nichiren, o Gohonzon é uma fonte constante de inspiração e uma ferramenta para se alinhar com a Lei Mística, cultivando sabedoria, coragem e compaixão.

Os fundamentos do Budismo de Nichiren Daishonin
O Budismo de Nichiren Daishonin é fundamentado na lei de causa e efeito, uma ideia central que explica a relação direta entre as palavras, pensamentos e ações de um indivíduo e sua condição de vida presente ou futura. Segundo essa visão, cada ação – positiva ou negativa – gera uma consequência, criando um ciclo de causas que moldam a experiência de vida. O que uma pessoa vive hoje é, portanto, um reflexo das causas acumuladas ao longo de sua existência, seja nesta vida ou em vidas passadas. Esse princípio está intimamente ligado ao conceito de carma, que se refere ao acúmulo de ações e seus efeitos.
No Budismo de Nichiren, o carma não é visto como algo fixo ou predeterminado; ao contrário, acredita-se que é possível transformá-lo por meio de ações conscientes e da prática do mantra “Nam Myoho Renge Kyo”. Através da recitação do mantra e da mudança de atitudes, os praticantes buscam criar novas causas positivas que influenciam seu presente e futuro, permitindo a transformação de situações negativas e a superação de desafios.
A partir desse fundamento, Nichiren Daishonin introduziu o conceito dos Dez Mundos ou Dez Estados de Vida. Esses mundos representam as diferentes condições de vida que todos os seres podem experimentar, e eles vão desde os estados mais baixos, como o Mundo do Inferno, até o estado mais elevado, o Mundo de Buda. De acordo com essa visão, os Dez Mundos estão interligados à lei de causa e efeito, pois nossas ações, pensamentos e palavras criam causas que nos levam a experimentar esses diferentes estados de vida.
Por exemplo, se alguém age de maneira compassiva e altruísta, está criando causas positivas que podem elevá-lo a estados como o Mundo de Bodhisattva ou até mesmo ao Mundo de Buda. Em contrapartida, ações movidas pela raiva, ganância ou ignorância podem levar a estados mais dolorosos, como o Mundo de Inferno ou o Mundo de Fome. Nichiren Daishonin ensinou que, ao recitar “Nam Myoho Renge Kyo”, os praticantes podem transformar sua condição atual e despertar sua natureza de Buda, elevando-se aos mundos mais altos e trazendo mudanças positivas em suas vidas.
Portanto, o Budismo de Nichiren enfatiza não só a responsabilidade pessoal na criação do próprio carma, mas também o poder transformador da prática espiritual. Através do entendimento da lei de causa e efeito e da aplicação prática do “Nam Myoho Renge Kyo”, é possível transitar pelos Dez Mundos de forma consciente, manifestando o potencial ilimitado presente em cada ser humano.
O Dez Estados de Vida ou Dez Mundos
Os Dez Estados de Vida, também conhecidos como Dez Mundos, são um conceito central no Budismo de Nichiren e representam dez diferentes condições de vida em uma ordem crescente, que vão do sofrimento extremo à iluminação suprema. Esses estados não são apenas sentimentos ou humores, mas condições de vida que influenciam como as pessoas percebem e experimentam o mundo ao seu redor. Eles podem se manifestar a qualquer momento, dependendo das ações, pensamentos e ambiente da pessoa. São eles:
1. Inferno (Jigoku):
O estado mais baixo de sofrimento extremo, desespero e dor. É marcado pela sensação de estar preso em uma situação sem saída, como se estivesse vivendo em um inferno, incapaz de controlar a raiva e o ódio.
2. Fome (Gaki):
O estado de insatisfação e desejo insaciável. As pessoas nesse estado são dominadas pelo desejo incessante, seja por dinheiro, poder, status ou posses, mas permanecem sempre insatisfeitas.
3. Animalidade (Chikusho):
Um estado em que a pessoa é controlada pelos instintos e impulsos, agindo sem pensar nas consequências. As ações são motivadas pelo instinto de sobrevivência e busca pelo prazer imediato, sem considerar as necessidades dos outros.
4. Ira (Shura):
O estado de competição e confronto, em que a pessoa é dominada por sentimentos de inveja, raiva e agressividade. A pessoa deseja ser superior aos outros e se sente ameaçada pelas conquistas alheias.
5. Tranquilidade (Nin):
Um estado de paz e calma. A pessoa se sente contente e em paz com a vida, mas essa serenidade é frágil e pode ser facilmente perturbada por circunstâncias externas, pois ainda não alcançou uma compreensão profunda.
6. Alegria (Ten):
O estado de felicidade temporária associado ao prazer de desejos atendidos e boas circunstâncias. É marcado pela satisfação, mas é passageiro e depende das condições externas.
7. Aprendizagem (Shomon):
O estado em que a pessoa busca conhecimento e se esforça para aprender e crescer. Ela deseja se libertar do sofrimento através do estudo de ensinamentos e práticas espirituais. Apesar de positivo, ainda busca uma iluminação individual.
8. Realização (Engaku):
Semelhante ao estado de Aprendizagem, mas com foco na compreensão das leis e fenômenos do mundo ao seu redor. A pessoa alcança a iluminação através da observação direta da realidade, embora ainda centrada em sua própria compreensão.
9. Bodhisattva (Bosatsu):
O estado de compaixão e altruísmo. A pessoa se dedica ao bem-estar dos outros, buscando aliviar o sofrimento alheio e promovendo ações compassivas. O Bodhisattva deseja a iluminação não apenas para si, mas para todos os seres.
10. Buda (Butsu):
O estado supremo e mais elevado de vida, caracterizado por sabedoria, compaixão e coragem infinitas. A pessoa compreende a verdadeira natureza da vida e do universo, estando livre do ciclo de sofrimento e renascimento. Segundo Nichiren, esse estado é inerente a todos e pode ser manifestado através da prática do “Nam Myoho Renge Kyo”.
No Budismo de Nichiren, a importância dos Dez Estados reside na crença de que todos eles estão interligados e presentes em potencial em cada indivíduo. A prática do “Nam Myoho Renge Kyo” diante do Gohonzon é vista como um meio para se elevar ao estado de Buda, transformando os estados inferiores e revelando a natureza iluminada que existe dentro de todos.
Benefícios do Daimoku
A prática do Daimoku, ou seja, a recitação do mantra “Nam Myoho Renge Kyo”, é considerada uma forma poderosa de transformar a vida e alinhar-se com a Lei Mística do universo, trazendo diversos benefícios tanto para a mente quanto para o espírito. O Daimoku não é apenas um caminho para alcançar a iluminação total, mas também uma maneira de se aproximar gradualmente de um estado de vida búdico, elevando a consciência e promovendo a transformação interior.
Vale ressaltar que não apenas budistas praticantes podem se beneficiar deste mantra; qualquer pessoa, independentemente de sua religião, pode experimentar seus efeitos positivos. Alguns dos principais benefícios do Daimoku incluem:
- Superação do Sofrimento: Ao recitar “Nam Myoho Rengue Kyo”, os praticantes acreditam que podem transformar situações difíceis e superar desafios, convertendo o sofrimento em uma fonte de crescimento e aprendizado.
- Clareza Mental: O Daimoku ajuda a acalmar a mente e obter clareza sobre as situações da vida. Ele facilita a tomada de decisões e o reconhecimento do caminho certo a seguir, eliminando as incertezas.
- Fortalecimento da Coragem e da Determinação: A prática contínua do Daimoku pode trazer uma força interior renovada, promovendo a coragem necessária para enfrentar os obstáculos e persistir em busca de objetivos pessoais e espirituais.
- Paz Interior: A recitação regular do Daimoku auxilia na redução do estresse e da ansiedade, criando um estado de paz interior. Essa serenidade ajuda a manter o equilíbrio emocional em situações adversas, contribuindo para uma vida mais harmoniosa.
- Transformação do Carma: Segundo os ensinamentos de Nichiren, o Daimoku permite a transformação do carma negativo acumulado ao longo das vidas. Por meio da prática, os praticantes podem criar causas positivas que se manifestarão em resultados favoráveis em suas vidas.
- Desenvolvimento da Sabedoria: O Daimoku é visto como uma maneira de despertar a sabedoria inerente a cada indivíduo. Ao se conectar com a natureza de Buda, o praticante consegue compreender melhor a si mesmo e os outros, promovendo relacionamentos mais saudáveis e decisões mais sábias.
- Atração de Energia Positiva: A prática eleva a vibração pessoal, atraindo pessoas, oportunidades e experiências positivas. Recitar “Nam Myoho Rengue Kyo” coloca o praticante em sintonia com as energias do universo, facilitando a realização de metas e sonhos.
- Manifestação da Natureza de Buda: O benefício mais profundo do Daimoku é a manifestação da natureza de Buda presente em cada pessoa. Ao praticar, o indivíduo desperta seu potencial ilimitado, elevando seu estado de vida e promovendo mudanças positivas em seu ambiente.
Assim, a prática do Daimoku é aberta a todos e pode ser uma ferramenta poderosa para transformar a vida, aproximando-nos gradualmente de um estado de vida mais elevado e búdico.
Como Fazer Daimoku em Casa Mesmo Sem Ser Budista
O Budismo é uma religião que prega a liberdade, permitindo que qualquer pessoa pratique o mantra “Nam Myoho Renge Kyo” livremente, mesmo sem ser oficialmente budista. A prática regular pode trazer diversos benefícios, como mencionamos anteriormente. Você pode recitar o mantra em casa ou em um ambiente natural, como um parque, praia ou qualquer lugar tranquilo onde se sinta conectado (a). Abaixo, explicamos como começar:
1. Escolha um local tranquilo
Encontre um espaço adequado para a prática. Em casa, escolha um local silencioso onde você possa se concentrar sem interrupções. Se preferir praticar na natureza, opte por um lugar que lhe traga calma e bem-estar, como um parque, uma praia ou uma área verde. O mais importante é que o ambiente facilite a introspecção.
2. Prepare-se para a prática
Sente-se com a coluna ereta, em uma postura confortável, mas firme. Mantenha as mãos em forma de oração. Evite cruzar as pernas e, se possível, volte-se para o leste – a direção onde nasce o sol, que simboliza o início de um novo dia e as possibilidades de transformação.
3. Comece com alguns momentos de silêncio
Antes de começar a recitar o mantra, fique em silêncio por alguns instantes. Respire profundamente e acalme a mente. Este é um momento de preparação, onde você se concentra e se sintoniza com suas intenções. A prática na natureza pode amplificar essa sensação, pois o som ambiente pode ajudar a acalmar os pensamentos.
4. Recite “Nam Myoho Renge Kyo”
Escolha um ponto fixo à sua frente e mantenha os olhos abertos, olhando para esse ponto. Em seguida, comece a recitar o mantra “Nam Myoho Renge Kyo” (lê-se: Nã Miorrô Renguê Kiô) em voz alta ou mentalmente. Encontre um ritmo que seja confortável para você. Não há uma regra específica quanto ao número de vezes ou à duração da recitação; faça conforme se sentir mais à vontade.
5. Estabeleça suas intenções
Enquanto recita “Nam Myoho Renge Kyo,” concentre-se em suas intenções e reflexões. Você pode focar em algo específico que gostaria de transformar em sua vida, como superar um desafio, encontrar paz interior ou cultivar mais sabedoria e compaixão. Se estiver na natureza, use o ambiente ao seu redor para se conectar mais profundamente com suas intenções.
6. Crie uma rotina diária
A prática pode ser feita a qualquer momento do dia, seja em casa ou ao ar livre, mas muitas pessoas preferem incluí-la na rotina matinal ou noturna. A consistência ajuda a fortalecer a prática e a trazer benefícios perceptíveis à mente e ao espírito. Mesmo que você recite o mantra por apenas alguns minutos diariamente, essa prática regular pode trazer mudanças muito positivas para a sua vida. Embora eu não seja mais seguidora da religião budista, continuo fazendo essa prática regularmente e posso afirmar que ela faz uma grande diferença na minha vida.
Recursos adicionais
Se desejar aprofundar a prática ou aprender mais sobre os ensinamentos do Budismo de Nichiren, você pode participar de reuniões em centros da Soka Gakkai ou buscar recursos online, como vídeos e guias. A prática do “Nam Myoho Renge Kyo” é inclusiva e adaptável a qualquer ambiente, seja no conforto de casa ou em meio à natureza, proporcionando um momento de autocuidado e reflexão diária.
Também existem excelentes meditações com o Nam Myoho Renge Kyo disponíveis no YouTube, que você pode acompanhar para memorizar o mantra e estabelecer um ritmo adequado. Vou deixar aqui os links das minhas favoritas; espero que sejam úteis para você:
Mais rápido: Daimoku – Nam myoho renge kyo – 15 minutes
Mais lento: MIRACLE MANTRA – NAM MYOHO RENGE KYO
Imagens e textos por: Renata Monteiro – Diretora de Arte e editora do Portal do Astral
Fontes:
Soka Gakkai Internacional (SGI) – Site oficial da SGI: Fornece explicações detalhadas sobre os ensinamentos de Nichiren Daishonin, o Gohonzon, a prática do “Nam Myoho Renge Kyo” e os Dez Estados.
Brasil Soka Gakkai Internacional (BSGI) – Site oficial da BSGI: Oferece informações sobre a vida de Nichiren Daishonin, seus ensinamentos e a prática do Budismo de Nichiren no Brasil.
World Tribune – Artigos informativos: Apresenta um contexto histórico sobre a vida e o legado de Nichiren Daishonin, a prática do Gohonzon e os Dez Estados.
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